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O Brasil sob o olhar dos sociólogos

INTRODUÇÃO


A formação da sociedade Brasileira é bastante miscigenada, para entender mais sobre isso é necessário esclarecer o conceito de miscigenação: Miscigenação é o processo gerado a partir da mistura entre diferentes etnias. Os seres humanos miscigenados apresentam características físicas típicas de várias "raças".


Sendo assim, é notório que incontáveis grupos distintos favoreceram a formação do povo brasileiro. Os principais sendo: indígenas, africanos e imigrantes europeus.


Vamos falar um pouco sobre cada um destes povos:

Indígenas: Foram os primeiros a povoar o território nacional desde milênios antes da colonização. Apesar de centenas de anos de contato com a sociedade não indígena e enfrentando o roubo e a invasão de suas terras, a maioria desses povos lutaram e têm lutado para manter sua língua e seus costumes. As principais tribos foram: Guarani, Ticuna, Caigangue.


Africanos: Vieram de forma obrigatória, tendo em vista que foram vendidos como escravos. Os primeiros navios negreiros a chegarem no Brasil foram no início da colonização, nos anos de 1539 a 1542, e seus países de origem eram: Congo, Moçambique e Angola .


Europeus: Ocorreu no período compreendido como “descobrimento do Brasil” no ano de 1500. A utilização do termo descobrimento está ligada ao etnocentrismo dos portugueses, e também dos europeus. Por entenderem o mundo tendo por centro sua própria etnia, seu próprio povo, os portugueses desconsideraram que os indígenas já conheciam o território.


Olhar dos Sociólogos

Joaquim Nabuco: Pernambucano nascido no século XIX, Nabuco é quase um clichê da nossa história ou da história dos intelectuais do Brasil; membro da elite que se interessa pela causa dos oprimidos, literato diletante que se ocupa de assuntos políticos, estudioso e polemista que se dedica a pensar sobre os destinos do país. Foi um grande representante do movimento abolicionista de 1888, Joaquim Nabuco dizia que a escravidão tinha que ser combatida através da política, entretanto era um grande defensor da Monarquia, pois temia que os latifundiários tomassem a República para si. O mesmo também afirmava que a raça negra tem um papel de grande importância para o processo de Identidade Nacional, já que entender as raízes desse povo consequentemente leva a entender a historia do próprio país


Euclides Da Cunha: Nascido no Rio De Janeiro no século XIX, foi um escritor, jornalista e professor brasileiro. Foi enviado como correspondente ao Sertão da Bahia, pelo jornal O ‘’Estado’’ de São Paulo, para cobrir a guerra no município de Canudos. Autor da obra ‘’Os Sertões’’. Trazendo nesse Clássico a Guerra de Canudos, ocorrida no sertão baiano. A obra vai muito além do relato do conflito: O autor descreve muito bem a fauna e a flora do Brasil. Entretanto, Euclides trabalhava bastante teorias raciais, as quais eram bastantes preconceituosas e expressavam a supremacia branca em relação aos negros, indígenas e miscigenados. Seus ideias eram bastantes evidentes em seu livro, o qual tratava o sertanejo de forma discriminatória, alegando que esses eram marginais.


Gilberto Freyre: Nascido em Pernambuco no século XIX, foi um grande defensor da ideia de miscigenação, escritor do livro “Casa-Grande e Senzala”. Nesta obra, Freyre discute a formação da sociedade brasileira a partir de temas como a comida, arquitetura, hábitos, sexualidade, vestimentas etc. Um dos objetivos do livro é responder às teses racistas que vigoravam nos anos 20 e 30 no mundo. Nesta época, muitos defendiam que existiam raças humanas superiores e inferiores; e o cruzamento entre elas resultaria num povo degenerado e incapaz. Portanto, a mestiçagem é negativa, segundo estas teorias. Entretanto o livro hoje é bastante criticado por historiadores e sociólogos, Gilberto Freyre retrata a relação do entre senhor e escravo como eufemismo, chegando o mesmo alegar um relacionamento amigável, ignorando fatos verídicos como desleixo e tortura.


Sérgio Buarque de Holanda: Foi um grande historiador brasileiro, crítico literário, jornalista, acadêmico reconhecido e requisitado em importantes universidades brasileiras e estrangeiras. Seu livro Raízes do Brasil é um clássico da historiografia brasileira e uma obra basilar de estudos sociológicos. Buarque de Holanda introduziu o estudo de Max Weber no Brasil e, baseado em sua teoria desenvolveu o conceito de “homem cordial”. Nascido em São Paulo no século XX, foi um grande defensor da miscigenação no Brasil, em seu livro ele retrata a verdadeira relação entre Senhor e Escravo, relatando de fato o que acontecia com os escravos como a tortura, o trabalho obrigatório entre outros. Sérgio Buarque De Holanda alegava que pela colonização do Brasil ser praticamente pelo litoral as influencias Indígenas e estrangeiras são totalmente pulverizadas culturalmente falando. Buarque foi autor de uma teoria que se tornou sociológica da formação do povo brasileiro. Com apontamentos sobre o estabelecimento da sociedade brasileira. A principal destas, mostrando povo formado a partir da colonização era um povo cordial. O homem cordial era, segundo Sérgio Buarque, o brasileiro nato que preferiria privilegiar os seus em detrimento de contribuir com o público. Eram cordiais ao aceitar os mandos da colonização e eram cordiais ao sucumbir às prioridades da formação familiar em detrimento do bem público. Essa complicada fórmula teria dado origem ao povo brasileiro: estruturalmente corrupto


Florestan Fernandes: Nascido em São Paulo no século XX, foi um Marxista que fez um análise da história do Brasil, levando em consideração alguns pontos de vista do Karl Marx. Florestan Fernandes entendia que a miscigenação no Brasil era baseada na ideia de Dominação. Florestan foi bem preciso ao derrubar o que se chamou de mito da democracia racial, ideia extraída da obra de outro sociólogo, Gilberto Freyre, que via uma relação cordial entre senhores e escravos no Brasil Colonial bem como uma relação diferente entre negros e brancos brasileiros no século XX, em relação a outros países, como os Estados Unidos. Fernandes, por sua vez, enxergou que a população negra era a mais atingida pela desigualdade social e que a raiz disso se encontrava no capitalismo.


Darcy Ribeiro: Nascido em Minas Gerais no século XX, chegou a ser ministro da educação no governo JK. O principal conceito difundido por Darcy foi o de identidade cultural, chegando a viajar em cada região do país para fazer um estudo mais detalhado sobre a identidade. Chegando a traçar as matrizes nacionais, isto é, identificando de forma fundamental os povos implicados na formação do Brasil. Além disso, estabelece como se dão as inter-relações existentes entre os diferentes grupos étnicos. Em resumo, procura traçar os pilares fundamentais dos povos formadores do país e as relações que se estabelecem entre eles. Para ele, a miscigenação seria justamente uma forma de violência sexual e domínio que os colonizadores impuseram aos nativos e, mais tarde, aos negros, embora fizesse parte da identidade nacional.


EXERCÍCIOS

1. Qual foi o principal assunto abordado pela sociologia brasileira e seus principais sociólogos?

2. Qual o sociólogo que foi ministro da educação? E em qual governo ?

3. Por que o Joaquim Nabuco era defensor da monarquia ?

4. Cite a diferença do livro do Gilberto Freyre e a do Sérgio Buarque .

5. Qual foi a maior Obra do Euclides Da Cunha ? E como ele tratava os Sertanejos em sua obra



GABARITO

1) O principal assunto abordado foi sobre a identidade nacional e miscigenação, já os principais sociólogos brasileiros são Joaquim Nabuco, Euclides Da Cunha , Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro

2) O sociólogo que foi ministro da educação foi o Darcy Ribeiro no governo do Juscelino Kubitschek.

3) O Joaquim Nabuco era defensor da monarquia por um grande motivo, o Joaquim Nabuco acreditava que se o país virasse uma república o poder estaria totalmente nas mãos dos latifundiários

4) A diferença é bastante clara, o Gilberto Freyre traz a ideia de Senhor e Escravo como uma relação bem tranquila, já o Sérgio Buarque vai trazer a verdadeira relação que é uma relação totalmente de violência

5) A maior obra do Euclides Da Cunha foi Os Sertões, Euclides da Cunha acreditava na ideia de teoria racial então ele trata os sertanejos como marginais da sociedade




REFERÊNCIAS







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